Acadêmico da FAMEZ identifica mutação genética associada a má formação da cauda em cães da raça labrador

Postado por: Thiago Almeida

Diego Matos Da Silva, hoje Médico Veterinário, recém graduado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul , durante seu último ano de graduação realizou pesquisa que identificou mutação genética que causa má formação da cauda em cães da raça labrador.

O ex-acadêmico, que realizou seu trabalho no Laboratório de Biologia Molecular da FAMEZ, com o auxílio do Prof. Carlos Alberto do N. Ramos, publicou os resultados do trabalho na conceituado periódico Pesquisa Veterinária Brasileira, e o artigo pode ser consultado clicando http://www.pvb.com.br/?link=verart&tipo=ID&campo1=2543.

Na pesquisa, a mutação C189G em um gene que codifica um fator de transcrição, é responsável pela substituição do aminoácido citosina por guanina na proteína resultante. Essa substituição, por sua vez, causa a formação de uma proteína sem função levando a falhas no desenvolvimento da cauda. Os cães que são homozigotos para o gene normal apresentam a cauda completamente formada. Já os animais heterozigotos, ou seja, que possuem um gene normal e outro com a mutação C189G, apresentam a cauda curta ou até mesmo a completa ausência da cauda. Essa mutação é conhecida em várias outras raças de cães, mas foi identificada em labradores pela primeira vez.

Diego, que também é criador da raça labrador, realizou o trabalho em seus próprios animais. Ele é proprietário de uma cadela que nasceu sem cauda, e ao cruzá-la com um cão com a cauda normal, obteve uma ninhada composta por cães sem cauda e com cauda. A curiosidade do ex-graduando em buscar uma explicação para essa situação foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho.

Para a realização do trabalho, o acadêmico teve que padronizar uma técnica laboratorial denominada PCR-RFLP para detecção da mutação, a qual, em relação ao exame tradicional (sequenciamento de DNA), apresenta vantagens como menor custo e maior praticidade. Esse tipo de exame já é utilizado em vários países da Europa, principalmente em situações forenses. Tendo em vista a proibição de cirurgias estéticas em cães, tal qual a caudectomia (Resolução CFMV nº 1027 de 2013), em muitas situações os proprietários devem comprovar, por meio de exame genético, que a ausência de cauda em seu animal é congênita, e não resultado de um procedimento cirúrgico não permitido.

O Exame padronizado por Diego encontra-se disponível no laboratório da FAMEZ para a comunidade interna e externa à UFMS.

Contatos – Carlos Ramos: carlos.nascimento@ufms.br, (67) 3345-3623 /// Diego Matos: diegomatosmv@gmail.com, (67) 99332-1889.