Mestranda da FAMEZ investiga a resistência antimicrobiana em piodermatites superficiais e otites externas de cães e gatos
Estima-se que em torno de 20 a 75% de todos os caninos e felinos atendidos em uma rotina de clínica veterinária apresentem alguma afecção bacteriana cutânea ou otológica, e o principal patógeno encontrado nessas infecções são as bactérias do gênero Staphylococcus spp.
A resistência antimicrobiana dos isolados de Staphylococcus spp., obtidos a partir das secreções de cães e gatos, vem aumentando cada vez mais ao longo dos anos. Este cenário representa um enorme problema de saúde pública mundial, tendo em vista que os novos recursos terapêuticos (antimicrobianos) não têm acompanhado a evolução dos mecanismos desenvolvidos de resistência bacterianos.
Animais de estimação como cães e gatos são considerados atualmente como parte da família, e consequentemente o contato físico direto entre eles e os humanos é muito frequente. Desta forma, pets tem sido associados como uma fonte potencial de disseminação de agentes resistentes a antibacterianos, isso porque os antibióticos vêm sendo utilizados em larga escala e de forma indiscriminada tanto na medicina veterinária, como na medicina humana.
E é neste cenário que Carolina Marinho Mesquita, mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da FAMEZ/UFMS e bolsista CAPES, desenvolve sua pesquisa sob a orientação da Professora Dra. Verônica Jorge Babo Terra. O objetivo da pesquisa é fornecer dados para terapêutica adequada de piodermatites superficiais e otites externas, visando melhor prognóstico.
No que tange a parte experimental, a mestranda conta que as amostras são coletadas por meio da utilização de um swab estéril, sendo posteriormente transportadas ao Laboratório de Microbiologia (FAMEZ/UFMS), onde as bactérias são isoladas e são determinados os índices de resistência aos principais antimicrobianos.
Já foram coletadas, tanto no Hospital Veterinário da Famez, quanto em clínicas particulares de Campo Grande (MS), 120 amostras de lesões de pele e infecções de orelhas de cães e gatos. A discente explicita que, apesar de já possuir o resultado parcial de todas essas amostras, sua pesquisa ainda se encontra na fase de otimização estatística da parte experimental, mas que seus resultados preliminares já dão indicio da existência da multirresistência aos principais antimicrobianos utilizados.
Para Carolina, após sua finalização, essa pesquisa pode contribuir fornecendo informações para os clínicos de pequenos animais em relação ao prognóstico e tratamento das piodermatites superficiais e otites externas, chamando a atenção para a importância da utilização correta do antimicrobiano e o seu perfil de resistência.
Quando questionada sobre a importância de estar vinculada a um programa de mestrado, ela afirma, em suas próprias palavras, que “desenvolver esse trabalho de mestrado me ajudou a entender melhor o mundo da pesquisa científica e me fez ter uma postura mais rigorosa na leitura e interpretação de dados científicos”.
Contatos: Carolina Marinho – carolinamarinho.vet@gmail.com, (67) 98171- 9948 / Veronica Jorge Babo Terra – vjb@terra.com.br, (67) 33453626