Doutorando da FAMEZ investiga a utilização de biomateriais como alternativa no tratamento de fraturas ósseas

Postado por: Thiago Almeida

Apesar do crescente avanço das pesquisas na ortopedia, pouco se pode fazer para acelerar o processo de consolidação óssea. Na atualidade, o tratamento de fraturas ósseas, especialmente as com perdas de fragmentos, atraso da união ou até mesmo a não união, tem como padrão ouro a utilização de autoenxertos ósseos. No entanto, enxertos ósseos naturais, ainda que sejam a abordagem clínica mais comum, apresentam vários problemas relacionados à morbidade local, transmissão de doenças, acessibilidade e custos.

O desenvolvimento da nanociência, nanomedicina e ciência dos materiais tem favorecido o desenvolvimento de materiais de engenharia tecidual, especialmente para o tratamento de defeitos ósseos. Inúmeros biomateriais naturais ou sintéticos têm sido investigados para tal fim, sendo ainda um desafio a escolha do melhor biomaterial, uma vez que a biocompatibilidade do material é essencial, devendo ser aceito pelo tecido justaposto sem respostas inflamatórias danosas

Paulo Jardim, 31 anos, médico veterinário do Hospital Veterinário da FAMEZ e doutorando do  Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinária, investiga a aplicação de biomateriais alternativos no tratamento de fraturas em animais; sua pesquisa tem intenção de acelerar o processo de consolidação óssea e também diminuir o tempo e custos com tratamentos dos pacientes. O pós-graduando conta com a orientação do professor Dr. Fabricio de Oliveira Frazílio (FAMEZ) e coorientação do professor Dr. Diego Carvalho Barbosa Alves (INFI).

As atividades experimentais, ainda em execução, estão sendo desenvolvidas em colaboração com o Laboratório de Nanomateriais e Nanotecnologia Aplicada (LNNA) – INFI e o Laboratório de Modelos Experimentais de Doença (LMED) – FAMED da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Paulo Jardim conta que os biomateriais produzidos no LNNA serão introduzidos em defeitos ósseos circulares experimentais realizados na tíbia de ratos de laboratório e avaliados com auxílio de aparelhos de microtomografia e histologia. Assegurado por estudos prévios, o Médico Veterinário acredita que estes biomateriais podem colaborar no processo de consolidação óssea, uma vez que eles conseguem atrair células formadoras de osso e também estimular a síntese de tecido ósseo devido as características piezoelétricas, apresentam alta biocompatibilidade e facilidade de agregar outras moléculas.

Para o pós-graduando, esta pesquisa contribui efetivamente para o enriquecendo de informações relacionadas ao processo de consolidação óssea e os diversos métodos de tratamento, que posteriormente poderão ser aplicadas em outros animais e humanos. E também comenta a satisfação que tem em fazer parte do projeto de pesquisa em que se situa: “estar vinculado a um programa de pós-graduação me proporciona grande aprendizado em  diversas áreas; em cada matéria, com cada docente,  tenho a chance de aprimorar meus métodos de ensino e de pesquisa”. Paulo Jardim ainda encoraja os graduandos que se interessam pela pesquisa,  dizendo que “as pessoas podem te tirar tudo, menos o conhecimento, continuem estudando”.

Contatos: Paulo Jardim – paulo.jardim@ufms.br /// Fabrício Frazílio – fabricio.frazilio@ufms.br