Desempenho zootécnico do Pintado Amazônico fazendo uso de probióticos é investigado por aluno de PIBIC da FAMEZ
O estado de Mato Grosso do Sul, detentor de grande diversidade de espécies de peixes nativos em suas bacias e aspectos climáticos favoráveis, possui alto potencial para a criação piscícola. Com o visível crescimento deste campo no cenário econômico nacional, busca-se por opções que melhorem a produtividade dos peixes sem que se prejudique o meio ambiente. Almejando o melhor desempenho zootécnico dos peixes, piscicultores têm recorrido aos probióticos, no entanto, sem respaldo científico suficiente.
Os probióticos são microrganismos vivos utilizados como suplemento na dieta. O benefício para os peixes ocorre por meio da melhora no balanço da sua microbiota intestinal, o que lhes confere maior capacidade de aproveitamento dos alimentos e maior resistência a doenças, fazendo com que os animais ganhem mais peso em um menor espaço de tempo.
Leandro Nogueira Bomfim é acadêmico do curso de Zootecnia da UFMS e integrante do grupo AQUIMS (Grupo de pesquisa de aquicultura de Mato Grosso do Sul). Esse grupo de pesquisa, que conta com a orientação do Prof. Dr. Jayme Aparecido Povh e do Prof. Dr. Ruy Corrêa Caetano Corrêa Filho oportunizou a este acadêmico, desde seu segundo ano de curso, desenvolver um projeto de iniciação cientifica que tinha como foco a investigação da suplementação com probiótico do Pintado Amazônico.
O experimento do discente foi conduzido na Estação Experimental de Piscicultura da UFMS, em Campo Grande, em 2018. Leandro conta que foram utilizados 48 peixes híbridos proveniente do cruzamento entre as espécies Pseudoplatystoma reticulatum (fêmea) e Leiaurius marmoratus (macho). Os peixes foram divididos em dois grupos e alimentados com ração extrusada sem probioticos (grupo controle), e ração extrusada com probiótico (grupo teste).
Os resultados da pesquisa demonstraram que o uso de probiótico não conseguiu melhorar o desempenho zootécnico nem os índices corporais do Pintado Amazônico, mas que, em contrapartida, resultou na diminuição da gordura abdominal da espécie em questão, o que faz com que a mesma tenha uma maior aceitação no mercado de carnes.
O cientista em iniciação conta que este é o primeiro trabalho com avaliação de probiótico sobre o desempenho e índices corporais do pintado amazônico, e que foi realizado apenas na fase final de produção. Leandro relata que estes são resultados preliminares e que mais investigações neste sentido devem ser desenvolvidas, pois este peixe apresenta grande potencial econômico devido a boa aceitabilidade da sua carne no mercado e o bom custo beneficio de sua produção.
O discente, que teve este trabalho com um dos destasques do INTEGRA UFMS 2018, ainda tenta resumir como foi a experiência de se compromissar com um projeto de iniciação cientifica: “A Iniciação Científica foi uma oportunidade onde pude enfrentar desafios e me aperfeiçoar a cada dia. A cada passo você acaba amadurecendo e aprendendo a se relacionar com pessoas, a organizar os horários de aulas e de estudos. Seguir essa trajetória acadêmica é algo tão intenso que nem se percebe o tempo passando e, ao final do experimento, você já não é mais a mesma pessoa.”
Os resultados obtidos por Leandro durante o seu trabalho podem ajudar milhares de piscicultores ao longo do Brasil a melhorar a produtividade de seus animais. E isso, por sua vez, irá se refletir em maior lucratividade para a exploração, gerando renda, empregos e desenvolvimento para o país.